Provas da Evolução Desaparecendo
Livro de:  Thomas F. Heinze  ·  ©2005  ·  96 páginas ·  Traduzido por: Solivan Valente
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      Introdução
  Capítulo 1
Capítulo 2
  Capítulo 3
  Capítulo 4
  Capítulo 5
  Capítulo 6
  Capítulo 7
  Capítulo 8

Capítulo 2
Um embrião revive a sua evolução?

Ernest Haeckel, um seguidor de Darwin, acreditava que no princípio de uma nova vida, enquanto o embrião se desenvolve, ele passa pelos vários estágios da sua história evolucionária. Ele chamou essa idéia de Lei da Biogenética e tornou-a popular em 1866 com um conjunto de desenhos feitos à mão, que ainda é usado para fazer os estudantes acreditarem na evolução.
 

Desenhos falsos

Haeckel desenhou os embriões da forma como ele achava que eles deveriam se parecer se cada um deles passasse, ao longo do seu desenvolvimento, pelos mesmos estágios que seus ancestrais evolucionários passaram no curso da sua evolução. Esses desenhos foram então apresentados como evidência de que um embrião realmente passa pelos mesmos estágios que sua espécie passou enquanto evoluía até o seu estado atual. A afirmação mais conhecida é a de que o embrião humano, num certo estágio de desenvolvimento, se parece com um peixe com guelras. Esse estágio supostamente mostra que os humanos evoluíram dos peixes e que, enquanto o embrião humano cresce, ele passa novamente por esse estágio. 

Figura 2. Fotos gentilmente cedidas pelo Dr. Michael K. Richardson. Elas apareceram originalmente em M. K. Richardson et al. “There is no highly conserved embryonic stage in the vertebrates: implications for current theories of evolution and development,” Anatomy and Embryology 196(2):91-106, 1997 © Springer-Verlag GmhH & Co., Tiergartenstrasse, 69121, Heidelberg, Alemanha. Reproduzido com permissão.
 

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Os desenhos foram revelados como fraudulentos por vários cientistas já em 1874, enquanto Haeckel ainda estava vivo. Apesar de ter sido desmascarada, a teoria de Haeckel é comumente apresentada como uma lei da ciência. Alguns dos desenhos dele ainda estão nos livros escolares de hoje.

Jonathan Wells, no livro “Icons of Evolution”, critica sete livros-texto de Biologia, a maioria de 1998 e 1999, que usam os desenhos de Haeckel1. Apesar de os desenhos de Haeckel terem sido revelados como falsos, muitos, até mesmo entre os evolucionistas mais importantes de hoje, ainda acreditam que eles sejam verdadeiros. Wells escreve:

“Em Fevereiro de 2000 o autor de livros-texto Douglas Futuyma escreveu uma mensagem num fórum da internet na cidade de Kansas, como resposta a um criacionista que o acusou de mentir ao usar os embriões de Haeckel na edição de 1998 do livro [de nível avançado universitário] Evolutionary Biology. Na sua defesa, Futuyma explicou que antes de ler a acusação da crítica, ele não sabia das discrepâncias entre os desenhos de Haeckel e os verdadeiros embriões dos vertebrados.”
Futuyma, apesar de ser um evolucionista bem conhecido, bem informado e muito respeitado, talvez nunca tivesse sabido dessa fraude se aquele criacionista não tivesse dito a ele na mensagem. Alguns poucos evolucionistas honestos expõem a fraude quando a descobrem. Por exemplo, M. K. Richardson descobriu a fraude e a expôs no periódico Science em 1998, dizendo:
“Os desenhos que Haeckel fez em 1874 são substancialmente fabricados. Para apoiar essa idéia, eu percebi que a imagem do seu “peixe” mais antigo é composta de pedaços e fragmentos de diferentes animais – alguns míticos. Não é exagerado caracterizar isso como “falsificação”. Edições posteriores dos desenhos de Haeckel foram um pouco mais precisas... Infelizmente, são os desenhos desacreditados de 1874 que são usados em muitos livros-texto de Biologia atuais na Inglaterra e nos Estados Unidos.”2
O artigo de Richardson na Science incitou cartas ao editor que insistiam em dizer que uma vez que a evidência dos embriões está em tantos livros-texto, ela deve ser verdadeira. Eu acompanhei a discussão enquanto Richardson respondia as objeções com mais cartas publicadas na Science. As poucas pessoas que lêem aquele periódico parecem ter se convencido, uma vez que as cartas que faziam objeção ao artigo de Richardson pararam de chegar. Agora as coisas provavelmente vão continuar como antes até que outro cientista descubra a farsa, fique embaraçado por ter sido enganado e escreva um artigo num outro periódico. Até o momento em que escrevo essas linhas, essa fraude tem convertido pessoas à evolução por quase 150 anos. Isso me faz imaginar: será que os livros-texto ainda usariam essa evidência falsa para convencer as pessoas sobre a evolução se existissem evidências reais que eles pudessem usar no lugar dela?

Para evitar críticas, alguns livros escolares usam pequenas partes dos desenhos de Haeckel que são difíceis de identificar, enquanto outros os atribuem a outra pessoa. Nesses casos, uma velha farsa é encoberta por uma nova, e Haeckel continua a fazer as pessoas acreditarem na evolução.

O que torna a idéia aceitável é que realmente há algumas semelhanças entre um embrião humano e algumas formas de vida inferiores. A maioria dos animais é de alguma forma similar na sua estrutura básica, pois são feitos de células, e também similares nas funções básicas, pois precisam de nutrientes, oxigênio e de uma forma de eliminar os resíduos. Os desenhos eram falsos, entretanto, por acrescentar semelhanças que na verdade não existem, com o objetivo de afirmar que os embriões passam sequencialmente pelos estágios da sua história evolutiva.

As semelhanças que existem com animais inferiores são normalmente superficiais. No caso das famosas “fendas das guelras”, o embrião com um mês de idade tem certas dobras naquilo que será o seu pescoço, mas essas dobras nunca têm a função e nem mesmo a composição das guelras. O tecido das dobras na verdade está dando origem à mandíbula, ao pescoço etc, e não a guelras. Apesar disso, alguns jovens ainda aprendem que os seus embriões passaram por um estágio com guelras, e ouvem a conclusão: “...os peixes e os humanos compartilham um antepassado que tinha guelras”3. Ou simplesmente que os humanos evoluíram a partir do peixes.

Enquanto eu escrevia esse livro, ele estava postado na página creationism.org. Eu esperava receber mensagens indignadas dos evolucionistas ao descobrirem que eles tinham sido enganados pelos seus livros escolares. Mas eu não estava preparado para entender contra quem seria a indignação deles. Não era contra Haeckel, que havia perpetrado essa farsa. Tampouco contra os livros escolares, que promoveram uma fraude conhecida por 150 anos. Ao contrário, eles defendiam tanto Haeckel quanto os livros escolares, e estavam furiosos comigo! Eu estava tentando roubar deles um argumento que tem sido eficiente durante anos na conversão de pessoas para o que parece ter se tornado a religião deles. Esse argumento, até onde pude perceber, era mais importante que a verdade. Se você também se sente assim, não pense que me escrever uma carta indignada vai me fazer mudar de idéia. Lembre-se que os convertidos que os embriões falsos estão levando para a sua religião estão sendo retirados da minha!

Depois que nossas escolas expulsaram o Criador, o mais natural era também livrar as escolas dos 10 mandamentos do Criador. No entanto, as pessoas precisam acreditar em alguma coisa. Talvez seja significativo o fato de que um dos garotos que introduziram a era dos tiroteios nas escolas vestia uma camiseta com a inscrição das palavras “sobrevivência do mais apto”. Agir de acordo com essa mensagem ao assassinar seus colegas de classe ainda não é aceitável, mas vestir a mensagem não parece ter sido motivo algum de crítica.

O direito à livre expressão vale para todos – exceto para o Criador! A escola pública que meus próprios filhos freqüentaram não permitia nem mesmo o uso da palavra Christmas (em Português, Natal) porque ela é composta de duas palavras, uma das quais é Christ (em Português, Cristo).
 

Aborto

De volta a Haeckel: mesmo sendo conhecido que essa teoria era falsa, ensiná-la como se fosse verdade causou igualmente uma outra influência na sociedade. Eu creio que alguns dos seus amigos estão fazendo abortos nos dias de hoje porque Haeckel falsificou os seus desenhos em 1866. Se você acha que isso é irreal, eu ainda recebo mensagens como essa:

“Além do mais eu não acredito que as pessoas façam abortos por causa dos desenhos dele, os quais eu reconheço como não sendo corretos. Entretanto, eles não estavam tão errados assim; no momento da concepção não somos humanos, apenas um grupo de células; você só é humano quando desenvolve os traços característicos de um humano. Pelo seu raciocínio, qualquer agrupamento de células em desenvolvimento é humano, o que obviamente não é verdade.”
Como você pode ver nessa mensagem, mesmo depois de as pessoas reconhecerem que os argumentos de Haeckel não eram corretos, alguns ainda têm dificuldade de livrar-se do erro.

Em Oregon, onde eu moro, não apenas o aborto mas também o assassinato de bebês não-nascidos é legal. Veja a citação abaixo de um artigo intitulado “Feto perfurado no útero materno morre”, publicado no jornal de Portland, The Oregonian:

“O feto de uma mulher que recebeu uma perfuração no abdômen há duas semanas por um homem que invadiu a loja da família, morreu na semana passada, disse a polícia... A mulher continua se recuperando dos ferimentos no Hospital OHSU.

"O promotor público do condado de Clackamas, Michael Regan, disse que a morte do feto não deverá ter implicações legais para Alfredo Cortes-Villa, 20, de Salem, que foi acusado pelo ataque. Um feto não pode ser vítima de um homicídio, de acordo com a lei estadual. A vítima de um homicídio é definida como um ser humano que nasceu e estava vivo no momento do ato criminoso que levou à sua morte.”4

Aos olhos da lei, o agressor não matou um bebê não-nascido, apenas um feto, e estava tudo bem. Os desenhos de Haeckel foram o trunfo para o direito feminino de escolha. Os legisladores que escreveram aquela lei acreditaram nos livros-texto de Biologia, os quais mostravam que num determinado estágio, um bebê não-nascido se parece mais com um peixe ou girino do que com um humano. Esse poder de convencimento é a razão pela qual os falsos desenhos têm sido usados por tanto tempo.

Hoje, entretanto, uma poderosa nova influência está puxando a sociedade de volta para a verdade. Os exames de ultra-sonografia estão mostrando a um número cada vez maior de pessoas como os seus bebês não-nascidos realmente se parecem, e não é como os desenhos. Demorou 150 anos, mas o posicionamento dos livros-texto está se tornando tão embaraçoso que os evolucionistas podem, com um suspiro de relutância, abandoná-lo.

Antes de eu terminar esse livro, uma nova lei nacional irrompeu em cena, tornando ilegal perfurar bebês não-nascidos. O jornal The Oregonian inclui esse comentário:

“Opositores da proposta, enquanto diziam que simpatizavam com o desejo de punir severamente quem agredisse uma mulher grávida, disseram que tinham problemas com a definição de ‘criança no útero’ apresentada no projeto de lei como ‘um membro da espécie Homo Sapiens em qualquer estágio de desenvolvimento, que é carregado no útero“.
O próximo parágrafo acrescenta essas importantes palavras:
“...eles pensavam que uma vez que a definição estivesse escrita numa lei federal, ela seria usada enfim como argumento para derrubar as leis que protegem o direto de aborto.’ ”5
Eu posso entender porque as pessoas que foram convencidas na escola de que um feto passa pelos estágios de peixe, girino e não sei mais o que, estariam preocupadas com essa nova definição.

Deixe-me esclarecer a minha posição. Eu não afirmo que um embrião começa como um adulto perfeito em miniatura. Ele começa como um par de células que se unem e tornam-se uma, e começam a crescer a partir dali. Mas um bebê humano é humano a partir do momento da concepção. O desenvolvimento do embrião é direcionado por DNA humano. Não há nenhum estágio no qual o desenvolvimento seja guiado por DNA de macaco ou DNA de peixe. O DNA para cada forma de vida contém as instruções para construir e manter o seu corpo. As instruções são escritas num código químico que é repassado aos seus descendentes. O RNA copia partes do código conforme necessário e as leva às regiões da célula que traduzem e usam a informação. Um bebê peixe é peixe em todos os estágios, da mesma forma que um bebê humano é completamente humano mesmo quando ainda não está completamente desenvolvido. Ele não começa como um animal inferior e vai gradualmente tornando-se humano. Você nunca vai ouvir falar de um teste de paternidade do tipo: “Nós testamos o DNA do feto que está na Maria e descobrimos que o pai é um peixe!”
 

Endnotes

1  pp.102-107; como exemplo, veja o livro da Prentice Hall “Biology, The Living Science”, 1998, p.223.
2  Michael K. Richardson, Science, vol. 281, 28 de Agosto de 1998.
3  John H. Postlethwait, Janet L. Hopson, McGraw-Hill, “The Nature of Life”, 1995, p.373.
4  Noelle Crombie, The Portland Oregonian, 30 de Dezembro de 2003.
The Oregonian, 26 de Março de 2004, p. A7.
 

"Capítulo 2 · Um embrião revive a sua evolução? "
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